domingo, 26 de agosto de 2012

O melhor "produto" para alimentar seu bebê



Uma amiga acabou de fotografar este anúncio no Metrô de Nova Iorque.
Eu recebo e, imediatamente o coloco aqui.

Tudo muito simples, né?

sábado, 18 de agosto de 2012

Conhecendo o Método Mãe-Canguru na fonte



Segunda-feira, dia 6 de agosto, às 14h, Dr. Hector Martinez pára o carro em frente ao meu hotel, em Bogotá. Muito cordial, se decepciona por eu já ter almoçado e seguimos por aquela bela cidade à procura de um lugar para que ele fizesse sua refeição e eu comesse uma sobremesa.

Chegamos. E então lhe falei do quanto era especial pra mim estar DIANTE da "fonte" daquele "método" que eu tanto admirava.

_ Tenho lido muito a respeito do Método Mãe-Cangurú, mas gostaria de ouvir a descrição de como tudo aconteceu.

_ O que você leu?

_ Li que ele se originou da superlotação de encubadoras ...

_ Trata-se de uma estratégia de valorização e incentivo à amamentação. Há muito que, quando um bebê nasce prematuro, a conduta tem sido colocá-lo na encubadora e alimentá-lo com leites artificiais por mamadeira. E era isso o que ocorria quando comecei a observar a situação. As mães ficavam de fora da UTI, olhando os filhos pelo vidro. Acontece que essas crianças muitas vezes morriam. Sabedor da importância do leite materno para as crianças decidi que, ao invés de leite em pó, as mães ordenhariam seu leite e este seria o alimento das crianças. Então houve uma mudança sensível na situação, pois a saúde dos bebês melhorou e o índice de sobrevivência aumentou. Prossegui observando o que acontecia na maternidade em que trabalhava, na região sul de Bogotá. E pensei que ao invés das mães permanecerem lá do outro lado do vidro, elas poderiam entrar na UTI e amamentar seus filhos. Foi um escândalo internacional...

_ a esta altura o senhor já havia publicado algum artigo sobre o método em revista científica? Como as pessoas sabiam sobre o seu trabalho?

_ Naquela fase, uma representante da Unicef para a América Latina estava em Bogotá. Conheceu o meu trabalho e, em suas viagens, o descrevia para as pessoas, que começaram a me procurar. O escândalo então se deveu ao fato de que permitir acesso às mães na UTI contrariava todas as condutas hospitalares... aquela coisa do risco de infectar os bebês... Mas com a entrada das mães, essas crianças ficaram melhores ainda! E então, por fim, questionei a utilidade daquelas máquinas, pois o contato pele a pele aqueceria os bebês e lhes traria o conforto de estarem bem junto às suas mães: vestir a criança com uma camisetinha, uma roupa leve e mantê-la junto ao corpo por 24 horas. 

_ Sim, e achei genial o Top que foi criado para que a criança se encaixe entre os seios de sua mãe, que poderá ficar com os braços e as mãos livres para outras atividades...

_ Não tem que haver Top.

_ Por quê?

_ Porque o que irá salvar essa criança, além do leite de sua mãe, é o aconchego, o calor, o amor, o toque dessa mãe, seu desejo de que a criança sobreviva, e bem.

_ Mas como a mãe pode manter a criança consigo por 24 horas? Ela precisa tomar banho, fazer uma série de coisas ...

_ Nesses momentos, ela pode passar a criança para o contato com o corpo do pai, do irmão, da avó, do avô, de qualquer membro da família que ame a criança. É o amor, são aos mãos e o carinho que podem salvá-la.

E então ele acionou seu celular para me mostrar imagens de mães, pais, irmãos e avós que mantinham junto ao corpo, pele a pele, bebezinhos prematuros, sinalizando: _Olha esse irmão, com que amor abraça o bebê!

Foi um grande aprendizado.
E fico pensando, o "método" se tratou de tirar tudo aquilo que se interpunha entre os sujeitos da relação: retirados a incubadora, o leite em pó, a mamadeira, a distância.

Precisamos olhar criticamente pra tudo, e muitas vezes tomar a atitude de desfazer ao invés de colocar mais coisas no mundo.

Venho reproduzindo essa história por toda a semana para as pessoas com quem encontro, alunos, amigos. 
A reação que ela provoca produz um sorriso pra lá de especial.
Espero que esta narrativa esteja fiel à conversa que tivemos.




segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"O desdesign da mamadeira" em Bogotá - Colômbia







É com muita alegria que comunico que acabo de chegar de Bogotá, onde apresentei uma conferência sobre os problemas da mamadeira para um auditório lotado de estudantes e professores de design da Pontifícia Universidad Javeriana.

Meu nome foi sugerido para compor uma banca de doutorado em Estudos Ambientais e Rurais, da designer Gloria Stella Barrera Jurado. E foi aprovado! A defesa foi linda, importante, emocionante. Um trabalho sobre a questão indígena colombiana.

Aproveitei a chance e ofereci a Ana Cielo Quiñones (foto), Diretora do Departamento de Design, uma conversa sobre a minha tese com alunos do curso. Mas ela organizou uma grande conferência como atividade para o reinício do semestre.

Teria muito a escrever aqui, mas ainda não disponho de tempo (envolvida com o preparo dos originais para publicação do livro).

Na conferência, fui agraciada pela presença do Dr. Héctor Martinez - criador do Método Mãe Cangurú, a quem pude conhecer dois dias antes, com a ajuda do Dr. Marcus Renato, seu amigo no Brasil. Ele me ajudou a responder às perguntas da platéia, enriquecendo em muito o que eu teria a dizer.

Por enquanto, apenas algumas fotos e o sentimento de que há muito a fazer por esta grande causa.