sábado, 28 de julho de 2012

Marcha pela humanização do parto


Transcrevo aqui um trecho bem expressivo pra esse momento:

Desde o começo da humanidade, as crianças, logo após o nascimento eram postas ao lado de sua mãe. No começo deste século foi criado o berçário, para proteger as crianças contra as infecções hospitalares. Após a Segunda Guerra Mundial, pensava-se que a mamadeira era a melhor forma de alimentação e esta era dada ao recém-nascido antes mesmo que ele saísse do hospital, sem que se soubesse por exemplo, quase nada de imunologia nessa época. E através do berçário, conseguiu-se interferir em uma coisa fundamental: o relacionamento precoce entre mãe e filho. […] Logo após o bebê nascer, alguém o enxuga, retirando todo o líquido amniótico e o verniz caseoso, cuja função é a de proteger e hidratar a pele sensível do recém-nascido. Em alguns hospitais, dá-se um banho de chuveiro, aspira-se o bebê com uma sonda, vira-se o bebê para todos os lados e, se ele não chora vigorosamente logo após o nascimento, ainda recebe umas palmadas, pesa-se, mede-se. (Citando Martins) Em alguns casos, num arroubo de preocupação afetiva, tem-se o cuidado de mostrar a criança rapidamente à mãe, que tenta desesperadamente, durante breves momentos, olhar seu bebê... […] É então levado ao berçário, onde são feitos os registros de suas condições físicas e recebe uma pulseira com o número que o identifica. A única coisa que não fazem é levar a criança para ser amamentada. (Araújo, 1997, p. 41-43) 

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Por uma boa causa

Justifico que a redução das postagens no blog se deve a uma boa causa: estou preparando os originais para a publicação do livro "O desdesign da mamadeira" :o)

Depois de dois anos de buscas pelo interesse de editoras, as coisas se definiram e a previsão é de lançamento para início de 2013.

Estou muito feliz com o fato de Rosana de Divitiis, presidente da IBFAN Brasil, aceitar o convite para escrever a apresentação e de Franz Reis Novak, Chefe do Banco de Leite do IFF escrever o texto da orelha do livro.

No mais, bastante trabalho para tirar um pouco a cara de tese e complementar o conteúdo com algumas atualizações importantes.

O projeto gráfico será de Vera Bernardes e Pedro Cabral, garantindo a elegância do design editorial. E as ilustrações ficam a cargo de Fernando Carvalho.

Assim que o trabalho estiver mais adiantado, voltarei ao ritmo normal do blog.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Projeto "copinho" - é com eles que trabalho

Compartilho aqui  a matéria que saiu na semana passada sobre o escritório dos designers que desenvolvem, junto comigo, o projeto de um "copinho".

http://oglobo.globo.com/zona-sul/designers-inauguram-casa-em-laranjeiras-com-foco-nas-questoes-sociais-5391859

O site do Levante design é este e a Cama Puerto já foi um de nossos resultados.

em: http://www.levantedesign.com/

domingo, 1 de julho de 2012

Perigo!, o esvaziamento dos símbolos pela cultura de massa




A caveira e os ossos cruzados sempre foram símbolo de perigo. Mas agora não mais, não necessariamente.

Talvez por influência da cultura mexicana, que lida com a morte de maneira tão encantadora e diversa da nossa (invocando os mortos, preparando altares de guloseimas para recebê-los em visitas espirituais e organizando festas nos cemitérios), as caveiras tenham aportado em outras terras sob um tom de brincadeira, uma espécie de iconoclastia-ingênua-comercial , estampando roupas, adornos pessoais e, quem diria, mamadeiras e chupetas também.

Estes são produtos "Rock Stars" para bebês. Encontrei por aí, em um outro blog.

Reparem o quão simpática se tornou a caveira: um olho de estrela, outro de coração, compondo com um amável sorriso. A cor preta da ilustração e da tampa mamadeira/base chupeta contrariam a paleta cromática empregada em produtos infantis "mainstream", que trafega por cores pastéis e delicadas. Seria então esta uma proposta radical? Cult? (não se esqueçam que quem escolhe os produtos não são os bebês..). Que divertido ...

O símbolo de perigo (a caveira sem sorriso ou gracinhas) seria uma imagem mais do que adequada para figurar nesse tipo de produto, sinalizando os graves perigos envolvidos nesta forma de alimentação e apaziguamento de crianças (na verdade de pais de crianças).

Quisera que a Organização Mundial da Saúde baixasse uma determinação impondo aos fabricantes a impressão do símbolo internacional do perigo assim, bem grande e frontal, ao invés das tímidas recomendações dos ministérios da saúde dos países, que figuram pequenininhas no cantinho inferior do verso das embalagens (e que ninguém vê).

Pena, dó, na verdade muita raiva mesmo -porém, por constatar que mesmo os símbolos internacionais vêm sendo esvaziados de sentido.