domingo, 19 de junho de 2016

Uma exposição perturbadora




Estou chegando da exposição Com-ciência, da artista Patrícia Piccinini, de Serra Leoa.

Eu resisti um pouco a dedicar tempo em visitá-la. Achava que os trabalhos giravam muito em torno de conceitos fantasiosos, e não me interessam muito as produções fantasiosas...

Mas fiz bem em comparecer, porque logo entendi tratar-se de uma crítica a essa coisa doida de delegarmos aos produtos e às coisas tarefas que são nossa responsabilidade. No meu entender, a artista faz as seguintes indagações: o que acontecerá se a ciência prosseguir no caminho de gerar frutos que venham a nos servir de alguma forma? Que nível de autonomia os produtos poderão atingir? E que novo plano de vida e de relações poderá resultar disso?

Além das já costumeiras fotos tiradas pelos visitantes da mostra - o que prossigo estranhando e desgostando - reparei no encantamento das crianças com os seres de Patrícia. Quanto mais esquisitões e diferentes, mais seus olhos brilhavam de encantamento e afeto, mais eles queriam deles se aproximar.

Então cheguei à escultura mais aflitiva da exposição, o ser que amamenta o bebê.



Alimentar bebês é uma tarefa que tantas vezes, e há tanto tempo, a cultura do consumo nos conduz a delegar. Às mamadeiras. Aflitiva porque aqui se delega a amamentação a um ser geneticamente projetado para fazê-lo. Quanta tristeza nessa figura, quanta distância nesse olhar, que projeção terrível chegarmos a cogitar que as coisas um dia poderão chegar a esse ponto...



A partir daí fui vendo a tudo como um substitutivo de nós, de nosso afeto e cuidado. E compreendendo muito bem o quanto as crianças receberiam amorosamente esses seres. Se elas teriam algo a perder? Provavelmente, mas encontrariam um ponto bom de equilíbrio.  Já os adultos teriam muito, muito a perder ao ceder esse lugar de aconchego e proximidade com seus pequenos a esquisitos mas encantadores servos da mentalidade contemporânea.

A exposição se encerra no próximo domingo. Recomendo.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Um produto maravilhoso



O post de hoje é dedicado a falar bem, muito bem aliás, de um produto. Trata-se de uma girafinha de látex natural, projetada na França dos anos de 1960, que se tornou pra mim o melhor presente a ser ofertado aos pais grávidos. Caso ainda não a conheçam, apresento-lhes Sophie, la girafe.

Ela é toda fofinha, um produto que, à primeira vista, pode parecer algo muito comum. Mas não é comum, é simples e genial.

O atributo mais legal de Sophie é que sua cabeça serve pra coçar a gengiva dos bebês, sem causar dano nenhum.



Ela tem dimensões adequadas à pega das crianças, é pintadinha com tinta atoxica... e é linda :o)



Eu não sou contratada pra fazer publicidade de Sophie, porque falar bem dela a gente fala de graça.

Só destaco um defeito no produto: ele não está à venda no Brasil...

Quem me apresentou a girafinha foi um casal amigo de minha filha. Eles vieram jantar aqui em casa há alguns anos com seu bebê, que chegou agarrado com esse brinquedo adorável.

Daí pra frente, quando viajo ou sei que alguém o fará, peço que me tragam. Não custa caro, só mais ou menos, algo plenamente possível como presente para um bebê que chega a esse mundo.

Aliás, preciso refazer meu estoque.

Que maravilha existir um produto simples, eficiente, inteligente, desde tanto tempo! Recomendo a todos :o)

Acabo de receber a notícia de que em São Paulo há como comprar a girafinha. Vejam o link http://www.sophielagirafe.br.com/