domingo, 24 de novembro de 2013

Lançamento do livro em São Paulo


Com muita alegria anuncio aqui o lançamento do livro em São Paulo, no dia 5 de dezembro.

Vai ser muito especial rever amigos, conhecer pessoas com quem so tenho contato via computador e levar adiante esse projeto de dividir meus achados de pesquisa com mais e mais gente.

Agradeço a Ana Basaglia e Fabíola Cassab por estarem agitando tudo.

Será um prazer encontrar com os leitores do blog que puderem comparecer!

Até!


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

"O desdesign da mamadeira" na Universidad Autónoma Metropolitana



Registro aqui a palestra que fiz na Universidad Autónoma Metropolitana de Cuajimalpa, na Cidade do México, no dia 6 de novembro.

Depois de desenvolver minha pesquisa de doutorado, entendi que tenho o compromisso de dividir meus achados com o maior número possível de pessoas, e tento criar e aproveitar todas as oportunidades de fazê-lo.

Conheci Brenda Garcia, designer, no MX Design Conference de 2009, quando apresentei junto a Vera Damazio um paper sobre o problema das mamadeiras, antes da defesa. A palestra de Brenda sobre design e sustentabilidade provocou nossa aproximação e desde então temos mantido contato pelo computador: pude acompanhar seu casamento, o nascimento de sua linda filhinha, comentar minha alegria com o aplicativo Aleitamento e também contribuir para um trabalho de suas alunas da UAM sobre o tema.

Como iria ao México a trabalho (atividades com colegas do design na Universidad Iberoamericana), escrevi para Brenda oferecendo uma palestra para seus alunos. Ela gostou muito da ideia e conseguimos agendar.

Foi muito especial tratar do assunto com gente tão interessada. Brenda gravou alguns trechos da conversa que rolou entre todos depois, mas aquela encrenca de incompatibilidade entre meus computadores me impede de disponibilizar tudo aqui.

Um de meus livros ficou para a biblioteca da escola e o outro nós sorteamos ao final :o)


Enfim, o trabalho é de formiga mas tá indo. Obrigada, Brenda Garcia, pela oportunidade!

domingo, 17 de novembro de 2013

Berjuan, uma inovadora fábrica de bonecas



Eu iria à Espanha em outubro, e alguns meses antes planejei visitar a fábrica do Bebé Glutón. Escrevi pra lá e comecei o contato com César Bernabeu.

Onil é uma cidade ao sul do país e planejamos colocá-la em nossa rota, pois conhecer uma fábrica de bonecas sempre foi um sonho pra mim, que dirá a fábrica da primeira boneca industrial que, ao invés de se alimentar por mamadeira, foi projetada para simular a amamentação.


Funciona assim: a menina veste uma blusinha frente-única onde, no lugar dos seios existem flores com sensores escondidos. A boneca é movida à pilha e, quando ligada, começa a chorar. No que aproximamos sua boca das florzinhas, ela começa a fazer o movimento de sucção. Uma delicadeza. Depois de colocada na posição vertical, arrota!

Na época em que eu estava escrevendo minha tese, pedi a um ex-aluno que a comprasse e minha sobrinha a trouxe pra mim. Desde então, sempre que faço palestras sobre o assunto, procuro levá-la comigo e ela provoca a maior sensação!

Na Berjuan, César nos recebeu em uma sala linda, o showroom da fábrica, lotado das coisas mais insuportavelmente :o) desejáveis em termos de boneca.


Levei meu livro de presente pra eles e ganhamos uma visita completa às instalações, percorrendo cada um dos setores pelos quais passa uma boneca para ser produzida. Essa parte não fotografamos.... o fato é que é muito emocionante compreender cada milímetro da produção de um produto desses e os olhos se preocuparam em VER.

E em cada setor, César nos apresentava alguém de sua família. Seus primos, tios e tias, irmãos, pais. É uma empresa estritamente familiar. Não avistei uma pessoa sequer que não fosse integrante da família em toda a fábrica. Em post anterior coloquei o vídeo do processo de produção da fábrica, mas o repito aqui pra facilitar:

Cabe aqui esclarecer que Onil, a cidade, era a "Cidade das bonecas". Hoje há outros produtos sendo fabricados lá, mas antes eram só bonecas. César nos contou que as mulheres, praticamente todas, trabalhavam nas fábricas (de bonecas) e tinham que se separar precocemente de seus filhos, desmamando-os antes do momento desejado. Fiquei muito impressionada com isso, com o fato de - justo numa cidade com esse histórico, ter surgido uma boneca que mama no peito! Entendo isso como uma "virada" histórica, uma demonstração do quanto pode ser produtivo reverter uma situação difícil, mudando o rumo das coisas.

Mas quem fundou a Berjuan? Mulheres? Apenas elas trabalhavam nas fábricas, afinal fábrica de bonecas é coisa de mulher... Sim, soubemos que os homens se recusaram a trabalhar nas fábricas por muitos anos. Até que o pai e o tio de César decidiram quebrar esse cânone e fundaram a Berjuan. Ber, de Bernabeu; Juan porque todos os homens da família - por tradição, têm esse nome, composto com outros.

Vimos cada membro da família Bernabeu em sua estação de trabalho, ora colocando cabelos ou olhos nas cabecinhas das bonecas, ora desenhando as roupinhas que vestirão, empacotando-as, cuidando dos contatos comerciais, absolutamente tudo.

Nos receberam com muito carinho e, ao final, foram pra porta principal posar para uma foto que, confesso, me emociona sempre rever. Porque não visitamos uma indústria, fria, tecnológica, focada na produção, mas um berço cuidadoso desses brinquedos que acompanham de pertinho a vida das crianças. Não são um produto como os outros: são presentes que nos ensinam muito sobre a vida, as relações, os valores e os afetos.


Depois da foto, fomos almoçar com nosso anfitrião, que me disse:  _ Se você gostou da fábrica, aposto que vai delirar agora!

Simplesmente ele nos levou para o Museu das Bonecas, uma instituição incrível da cidade, da qual é presidente. Salas, andares e mais andares com uma coleção de todos os tempos, produção de toda a cidade, primorosamente organizada e disposta. Fotografamos tudo, mas como prossigo com alguns problemas no carregamento de imagens, coloco aqui alguns registros de suas etapas de fabricação, técnicas utilizadas no decorrer dos tempos.




E como se nao bastasse toda a ousadia de lançar uma boneca que NAO TOMA MAMADEIRA (eles foram duramente criticados por parte da opiniao pública mundial na época do lançamento, por lançarem uma boneca que contraria a lógica já naturalizada do consumo. Só que depois também foram premiados por fazê-lo!), o museu lançou um programa em que as crianças que o visitam sao recebidas por bonecas que ganham vida, ali, na hora. Sao atrizes muito bem caracterizadas que conduzem a meninada pelas salas. E na época do Natal, a casa recebe os três Reis Magos. Existem aposentos exclusivos pra eles no museu, com camas e pijamas. Os visitantes sao incentivados pelas bonecas de verdade a levarem um de seus brinquedos para doaçao e, no dia de Natal, os Reis Magos acordam de uma noite muito bem dormida em seus aposentos, vao até a janela e distribuem aquelas doaçoes para uma "galera" de meninos e meninas que os esperam la embaixo.



Bom, não consigo colocar a foto do quarto dos Reis Magos....

Enfim, sobre Papai Noel eu não afirmo nada. Mas garanto que Onil, a Berjuan, o Museu da Boneca, Fabíola (que conceituou e desenvolveu os programas na instituição) e a família Bernabeu existem. E este é um lindo alento, prova de que inovação e tradição podem conviver muito bem a partir de atitudes corajosas e apaixonadas por aquilo que se faz.

sábado, 16 de novembro de 2013

Tanta coisa....

Muita coisa pra contar, pra comentar e mostrar desses tantos dias em que estive fora, viajando ora de férias, ora a trabalho.

Mas como prossigo com problema para postar fotos, vou aqui me concentrar em comentar os últimos fatos de que tomei conhecimento sobre esse nosso assunto: a censura à mãe que amamentava seu filho no shopping de Porto Alegre, a ridicularização à que foi exposta a brasileira campeã em doação de leite materno, o programa inglês de dar uma bolsa-incentivo (grana) às mulheres que amamentarem em público http://www.aleitamento.com/amamentacao/conteudo.asp?cod=1859.

Na verdade, devo confessar que nesses dias, à frente dos meus pensamentos, está a tragédia incomensurável das Filipinas. Tudo o que vejo, ouço, leio, usa adjetivos como "horror", pessoas a esmo perambulando entre destroços, e só consigo tentar imaginar algo perto do que esteja se passando por lá quando me lembro do filme "Ensaio sobre a cegueira", de Fernando Meirelles, sobre a obra de Saramago. Mas sei que o caso deve estar muito, muito pior.... E como toda a situação não está na nossa frente, podemos não ficar paralisados e, assim, seguir com a vida. O que não deixa de ser uma espécie de cegueira: boa pelo lado de podermos seguir; ruim pelo lado de podermos nos isentar.

Eu acho que cegueira tem tudo a ver com os tais últimos fatos que citei antes de falar das Filipinas. Só que com outro nome: falta de informação. Não saber pode ter tudo a ver com estar cego, não ver uma coisa que está lá e, sem vê-la, considerar que a verdade reside naquilo que encobre essa coisa.

As pessoas não sabem o que é o leite materno. Tenho certeza de que, se soubessem, e se soubessem paralelamente dos problemas dos leites artificiais e das mamadeiras, não censurariam uma mãe que amamenta seu filho num shopping ou em qualquer outro lugar. E não ridicularizariam uma mulher que, quase milagrosamente, tem uma produção de leite materno farta, que a capacita a doá-lo em quantidades recordes para os bancos de leite. E não precisariam receber dinheiro de programas governamentais pra dar de mamar aos seus filhos, porque estariam fazendo isso pelo bem deles e de si próprias, na frente de quem quer que fosse, e em qualquer lugar também.

A informação, eu acho, substituiria com perfeição a proibição das mamadeiras e dos leites artificiais na Venezuela (porque proibir gera mercado negro e é coerção!) e esse programa inglês.

Cegueira sim, estamos cegados pelos discursos da indústria, das empresas que conseguem nos enganar há tantos anos, dizendo que seus produtos são melhores do que as nossas capacidades mais naturais, as que nos fazem sermos humanos.

Ontem no Facebook eu vi uma conversa que discutia o fato de que as mamadeiras ficavam também perigosas porque as empregadas domésticas e babás não as lavariam com todo o esmero necessário. E na discussão, muita gente se posicionou demonstrando saber muito bem que o problema não está em quem lava e em como lava, mas sim no fato de que a mamadeira é perigosa de qualquer jeito.

Daí, o que me dá alguma esperança é constatar que cada vez mais se fala sobre esse assunto, e que reações de esclarecimento vêm ocorrendo, como os "mamaços" e como o debate.

Isso é importante, bom. Muita gente já tirou a venda da frente dos olhos e o assunto está em pauta.






sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Uma notícia

Há tempos não escrevo aqui, mas o trabalho prossegue, intenso e diversificado.

Estive viajando e, na Espanha, localizei uma mamadeira toda transadinha chamada "Liberty" (!). Fotografei mas, agora, não consegui incluir a imagem aqui. Em breve resolverei isso.

Na Espanha, também, visitei a fábrica de bonecas que conceituou e fabrica o Bebé Glutón, a primeira boneca industrial que mama no peito. Foi sensacional visitar a Berjuan, onde fomos ultra bem recebidos por César e toda a sua família. Prometo para breve um post bem legal sobre o tema, mas adianto o link para um vídeo que eles fizeram, contando o passo a passo da produção de bonecas. Achei a iniciativa incrível!
 
Amanhã  embarco para o México, a trabalho, pela PUC. E apresentarei também "O desdesign da mamadeira" em uma universidade de design, embora não seja este o principal motivo da viagem.
 
E noticio que, com a valiosa ajuda de Ana Basaglia e Fabíola , farei o lançamento do meu livro em São Paulo. Depois confirmo tudo, mas deverá ser na Livraria da Vila, na Vila Madalena, no dia 5 de dezembro.
 
Até a volta então.