quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Falando sobre a campanha "Madrinhas da Amamentação"



No último sábado, dia 14 de novembro, tive a honrosa oportunidade de participar do
evento de inauguração do Centro de Estudos Aleitamento.com, com uma análise gráfica e textual da campanha "Madrinhas da Amamentação". O link acima conduz a matéria com os detalhes.

Vida longa ao Centro de Estudos!

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Política pública + política individual

Um monte de gente trabalhou muito, e por muito tempo, pra alcançar o que foi publicado no Diário Oficial essa semana: o decreto que regulamenta a lei que dispõe sobre a comercialização de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância e de produtos de puericultura e correlatos. Em outras palavras, leite em pó, mamadeiras, chupetas, papinhas.

É uma medida muito importante, que levou quase 10 anos pra se concretizar como lei. Tenho a honra de conhecer muitas dessas pessoas que conduziram a luta e vibrei ao receber a notícia.

Porém, além da política pública, acho essencial que as pessoas se informem para conceber sua política individual em relação ao consumo desses produtos, porque os fabricantes sempre conseguem "dar seu jeito" pra continuar incutindo na cabeça da gente ideias de consumo. Pra explicar melhor, vou dar exemplo desse problema na Publicidade e no Design.

1. Publicidade
Há muito tempo que não vejo na TV propagandas que recomendem diretamente a administração de leite em pó ou mamadeiras aos bebês. Mas reparem nesse anúncio de 2008 -por ocasião do Dia das Mães -  veiculado na TV e nesta versão para revistas impressas:


Quer um conselho de mãe? A Nestlé quer.  Conselho de mãe é assim mesmo: não importa se você tem 5 ou 50 anos, ele sempre vai fazer parte da sua vida. A Nestlé sempre fez questão de ouvir os conselhos de todas as mães do Brasil, e faz isso há mais de 86 anos. Afinal, são elas que produzem o melhor leite do mundo. Por isso a Nestlé entende tanto de leite e é a única que oferece um leite para cada fase da sua vida. Hoje, além de desejar um feliz Dia das Mães, a Nestlé gostaria de dizer: obrigada por tudo. Principalmente pelos conselhos. Nestlé faz bem.

Sutil.

As mães "produzem o melhor leite do mundo"; a Nestlé ouve os seus conselhos e por isso "entende tanto de leite que oferece um leite para cada fase da sua vida". Leia-se todas as fases. Leia-se as mães é que estão dizendo, e nós só estamos seguindo seus conselhos. Leia-se elas dizem isso mesmo produzindo o melhor leite do mundo.

O aviso de advertência já constava dessa campanha:

"O Ministério da Saúde informa: o aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os dois anos de idade ou mais".

Mas acaso dá pra perceber esse aviso? No retângulo, bem pequeno, abaixo da imagem...

É covardia comparar a presença gráfica do aviso com toda essa atmosfera de "paz, seriedade, responsabilidade e afeto" que o anúncio traz.

Acredito que a frase de advertência vá mudar com a recente regulamentação, mas essa fala de maneira suave (demais) deveria dizer:

"O Ministério da Saúde adverte que leite em pó e mamadeiras causam infecção e alergias e a Organização Mundial da Saúde recomenda que o bebê seja amamentado exclusivamente até os seis meses".

Dizer que o aleitamento é bom é muito diferente de dizer que a mamadeira e os leites fazem mal. E imagino uma mãe lendo "recomendado até os dois anos de idade ou mais". A mãe vai pensar: _ Céus!, não dou conta disso levando a vida que eu levo! Já que a Nestlé produz leite pra todas as fases, vou aderir aos seus produtos.

Não falar dos seis meses e só falar dos dois anos é brabo...

Enfim, fica parecendo uma coisa e é outra. E todos sabemos o quanto esses detalhes das mensagens, mesmo que não conscientemente percebidos, podem influenciar as mulheres a fazerem escolhas contrárias àquilo que a propaganda finge defender; escolhas favoráveis à indústria, claro.


2. Design
E as mamadeiras? Não tem propaganda em TV nem em revista; não podem estar decoradas com personagens. Mas o que fazer quando nos deparamos com produtos atraentes assim:



Essa é uma das coisas que mais me perturba: o poder de sedução que o Design pode exercer sobre as pessoas. Quando ele é empregado em objetos e utensílios que nos proporcionarão conforto, segurança e prazer, esse poder é incrível, e dependendo do objeto poderá até ajudar a salvar vidas.

Mas e quando o poder de sedução do Design está acoplado a produtos que fazem mal às crianças, causando desmame precoce, morbidade e mortalidade infantil, deformações na arcada dentária, doenças respiratórias etc?

Não há como "regulamentar" a configuração formal das mamadeiras, não dá...

O regulamento tem que vir do compromisso de cada designer com a sua profissão, se recusando ao desenvolvimento de produtos que prejudiquem os usuários, coisa que, neste caso, a pesquisa que caracteriza todo projeto de Design esclarecerá fartamente (há informação abundante sobre os graves riscos e seu longo e triste histórico).



E a regulamentação principal para o público tem que brotar da edificação de uma política individual, fundada na informação e em uma postura crítica diante dos gracejos que nos conduzem ao consumo.

Porque eles prosseguirão existindo.









segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Convite para a inauguração do Centro de Estudos Aleitamento.com


Terei o prazer de participar da inauguração do Centro de Estudos Aleitamento.com, fazendo uma análise gráfica da campanha brasileira em prol do aleitamento materno, junto ao pediatra Marcus Renato - mentor do evento e a Maria Celina Machado, da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Convido os interessados a participarem da abertura desse fórum, que promete abordar importantes conteúdos.

Ao se inscrever, o endereço será fornecido.