sábado, 21 de janeiro de 2017

Rosa? Brinco? Fita? Saia?



Essa é minha filhota quando pequenininha. Hoje ela é adulta, mas eu me lembro direitinho da pressão que encarei por não ter furado as orelhinhas dela quando bebê...

Na foto ela está de rosa, um modo de dizer que era menina. Mas raras eram suas roupas cor-de-rosa. Daí era um tal de acharem que era menino e, quando corrigidos, dizerem em coro: _ Você tem que colocar um brinco nela!!

Não coloquei. Mas o desconforto era tanto, que ela mesma me pediu, lá pelos quatro ou cinco anos, pra furar as orelhas.

Fomos à Farmácia Piauí, no Leblon, e ela sentiu tanta dor ao furar a primeira orelha, que eu disse: _Chega!!, não vamos furar a outra!

E assim ficamos. O furo cicatrizou e hoje ela nem usa qualquer brinco.

E eu, que também não tenho orelhas furadas, um dia entrei "numas". Que horror! Que baita dor! E ainda dizem que o bebê não sente nada... Impossível não sentir, caramba!

Bom, como eu acabei deixando os furos cicatrizarem (também), porque fiquei com dor de cabeça que só passou, automaticamente, quando eu tirei os tais enfeitinhos provisórios, tenho dificuldade de encontrar brincos de pressão que não apertem, mas os encontro.

Tudo isso pra dizer que vale muito à pena a gente pensar antes de "embarcar" em práticas que se transformaram em cânones sociais. E, putz!, a feminilidade ou a masculinidade vão se expressar quando tiverem que rolar. Na minha opinião, criança tem que estar à vontade, pra brincar, curtir e se desenvolver com o sossego que for possível.

Então, vale pensar nisso, como sugere Anne Rammi, do Mamatraca. Vale assistir.