segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Entra ano, sai ano...




Entra ano, sai ano, e a Nestlé prossegue como uma marca muito bem vista pelos cariocas. Esse ano a pesquisa divulgada pelo jornal O Globo veio com categorias diferentes. Em anos anteriores a empresa recebeu o título de "A marca mais querida dos cariocas".

Ok, ok, as coisas têm sido assim mesmo, mas acho que vale reproduzir aqui os trechos que citam a Nestlé em três diferentes categorias, pra quem não teve acesso à publicação.

Então, vamos às categorias:

Respeito ao consumidor (a primeira colocada foi a Apple - pág 32-33):
Na segunda colocação no ranking, em vez de celulares e computadores, aparecem os leites condensados, farinhas lácteas e chocolates da Nestlé. A gigante suíça dos alimentos está no Brasil há 95 anos dos seus 150 anos de história e foi uma das pioneiras na atenção aos consumidores no país. Já em 1960, ela lançou um serviço de atendimento chamado então de Centro Nestlé de Economia Doméstica, que adotaria no futuro o nome de Serviço Nestlé ao Consumidor (SNC). O objetivo, naquela época, era ajudar as donas de casa a esclarecer dúvidas sobre a cozinha e sobre seus produtos; hoje, atende a todos os tipos de demanda de um milhão de clientes por ano por telefone, e-mail, chat, redes sociais e até carta. A empresa informa ter uma área exclusiva para serviço ao consumidor com 150 profissionais responsáveis por interagir com os clientes e transmitir suas opiniões ao restante da companhia. Parte das críticas e sugestões é usada no desenvolvimento de novos produtos. "Um interessante lançamento recente em que a presença do consumidor ficou clara foi o de Leite Ninho Zero Lactose Pó. Após o lançamento de Leite Ninho Zero Lactose UHT, o Serviço ao Consumidor recebeu várias sugestões e pedidos do lançamento do produto na versão em pó. Alguns consumidores acabaram fazendo parte do filme de lançamento do produto. Outro exemplo foi o lançamento das bebidas Nesfit, nova linha bebidas vegetais para consumidores que procuram por esse perfil de alimentação", diz a Nestlé em nota.

Respeito ao meio ambiente (a primeira colocada foi a Natura, seguida de O Boticário - pág 34-35):
A Nestlé ocupa a terceira posição entre as marcas que os cariocas reconhecem por respeitar o meio ambiente. A empresa reduziu em 57% a geração de resíduos destinados a aterros em 2015, e cinco unidades conseguiram o modelo zero resíduo: Araçatuba, Araraquara, Carazinho, Jataí e Nestlé Waters São Lourenço. "No Brasil, são executadas ações de modernização tecnológica, mudança de processos e melhorias no uso da energia, a fim de diminuir a pegada de carbono. Em 2015, foram 72 projetos específicos sobre o assunto. Como resultado, o país registrou queda de 2,9% na geração de emissões", informa a empresa.

Produtos infantis (a primeira colocada foi a Johnson & Johnson - pág 64):
Já a suiça Nestlé teve o Rio como porta de entrada no Brasil em 1876, quando um escritório no Centro começou a importar os produtos da marca, trazendo, de início, a Farinha Láctea. Em 1921, a cidade recebeu a primeira sede da companhia no Brasil. Esse ano a Nestlé [segunda colocada] lançou novas embalagens de sua linha de papinhas infantis, que passaram a contar com tampas estampadas com bichinhos. Para acompanhar a novidade, colocou as imagens dos animais disponíveis para imprimir e pintar a partir de sua página na internet. Pelo site, é possível, ainda, escolher dois kits temáticos para festas infantis, com o passo a passo para impressão.

Marketing incrível mesmo...

Mas precisamos nos informar e nos proteger daquilo que não está dito aqui.

Pesquisar faz bem.

sábado, 5 de novembro de 2016

Pensemos no futuro




Existirá uma fronteira máxima que delimite até onde podemos ir na prática de delegar às coisas/produtos a responsabilidade por executar ações que estamos capacitados a realizar?

Pensar à frente sempre nos conduz a cenários maniqueístas: ou nos deliciamos com nossa criatividade, em rota de livre e mirabolante expressão, ou nos alarmamos com o resultado da multiplicação exponencial dos problemas atuais. Acho que ambos os exercícios são necessários e muito úteis.

O problema está, eu acho, no fato de que não temos feito esses exercícios devidamente. Se as inovações tecnológicas vão chegando aos poucos, seduzindo a gente com seus apelos de modernidade e sempre propondo facilitar nossas vidas mais ainda, o futuro vai como que entrando em nossa corrente sanguínea e como que anestesiando nossas habilidades em realizar coisas simples, para as quais estamos plenamente capacitados.

Foi isso que percebi ao compartilhar no Facebook um vídeo (ver inteiro) sobre o berço The happiest baby, desenvolvido pelo pediatra Harvey Karp e pelo designer Ives Béhar, no MIT Media Lab (!!!!!) Eu estava horrorizada com o produto, assim como alguns amigos que compartilharam o post. Mas foram tantos os comentários positivos que o produto ensejou nos perfis deles, que tive que parar pra pensar no assunto.

A hora de dormir tende a ser um momento quase sagrado pras pessoas, antecedido por cuidados e rituais que antecedem o momento de a gente se desligar, descansar o corpo e lidar com sonhos.

Colocar bebês e crianças pra dormir me parece um momento mais sagrado ainda. Ainda hoje me lembro de minha mãe me tirando do início do sono porque eu não havia escovado os dentes. Ela me apoiava pelos braços e, concluída a tarefa, me devolvia pra cama com um beijo (juro que essa é pra mim uma memória deliciosa ahahah). Reproduzi isso com minha filha. Com ela, desde que era bebê, praticamos um embalar musical, discos ótimos, dança gostosa no colo. Quando foi crescendo, ela deitava no sofá com a cabeça em nosso colo, ora eu, ora meu marido, som na caixa e o sono vinha gostoso com um cafuné. Até que ela ficou tão grande e pesada que o pai deliberou: agora precisamos ter um equipamento de som no quarto dela! Isso pra não dizer das histórias dos livros, lidas em capítulos delimitados pelo fechar dos olhos dela, cuja continuidade era uma sedução pra hora de dormir do dia seguinte. Muitos, muitos livros. E nas noites mais difíceis, um conselho que rezava em si pra dar certo: filha, pensa em coisas boas :o)

Daí, me diz: você também não tem um monte de lembranças sobre a hora de dormir? Elas não têm um "Q" especial, ao menos algumas?

Agora considere embrulhar seu bebê do jeito que esse berço recomenda, todo amarradinho, e soltá-lo nessa máquina-de-fazer-dormir... E diga-se de passagem que ela deve custar os olhos da cara!

Olha, podia ser de graça que eu não a trocaria pela delícia de embalar uma criança, devagarinho, curtindo esse contato tão fundamental pro seu futuro.

Futuro?

As inovações tecnológicas, todas, têm seus prós e seus contras. Recomendo não se anestesiar do sentimento, do compromisso, do amor, do contato e do carinho.

E pra quebrar um pouco essa coisa idílica da minha visão, um pouco de realidade  pelo humor dessa mãe que permite com que nos identifiquemos com os problemas corriqueiros da maternidade.

Que tenhamos todos noites muito gostosas, como devem ser.