Por intermédio do artigo “Royal baby: revolution in the nursery”, publicado no site da BBC News Magazine em 8 de junho (http://www.bbc.co.uk/news/magazine-22971177), recebemos indicações de que o bebê do Príncipe William e de Catherine –prestes a nascer no dia de hoje- muito provavelmente será amamentado, assim como o foi seu pai, pela Princesa Diana. Indicações também de que tal intenção se enquadra num modo de educação moderno, atualizado, contemporâneo.
Este fato pode até parecer insignificante diante da importância que este nascimento já assume na mídia e para a cultura. Mas, ao contrário, ele pode representar uma expressiva contribuição para a necessária mudança de mentalidade quanto à alimentação de bebês, na medida em que a adoção de tal conduta por figuras públicas no cenário mundial serve de inspiração e de modelo para as pessoas. E aqui vale invocar, sinteticamente, dois momentos históricos.
O primeiro deles se deu na Europa, onde a amamentação era considerada “indigna para uma dama”, marca de uma mentalidade que se espalhou pelas Américas com as Grandes Navegações, e que se consolidou com o surgimento das primeiras mamadeiras industriais, na Inglaterra Vitoriana (o artigo em questão relata inclusive que a Rainha Vitória teria reagido muito mal ao saber que suas filhas haviam optado por amamentar seus bebês). O fato é que as classes sociais mais abastadas tendem a servir de modelo para a população em geral, que acredita ser correto e moderno seguir a conduta assumida pelas primeiras, tradicionais formadoras de opinião.
O segundo momento, também ocorrido na Inglaterra, se deu em 2008. Devido ao cenário de disseminação indiscriminada do uso de leites artificiais e mamadeiras, um concurso de cartazes foi proposto à Universidade Britânica de Artes e Design, sob o tema Get Britain Breastfeeding. O objetivo do concurso foi o de “difundir a ideia de que a amamentação deve se tornar uma regra e não uma exceção”, conscientizando os “pais do amanhã”. Mas é importante salientar que a iniciativa se propunha a alterar um panorama dramático: no país-berço da Revolução Industrial, fora detectado que menos de 2% das mães amamentam seus filhos exclusivamente até os seis meses, apesar dos esforços das políticas de saúde governamentais e das orientações da Organização Mundial da Saúde em promover, apoiar e incentivar o aleitamento materno, através de alianças e acordos internacionais (próximos de completar o 400 aniversário!).
Decerto não poderemos contar com imagens de Catherine amamentando seu bebê, mas as notícias que puderem correr mundo sobre este assunto serão de grande valor.
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