Todos sabem o poder que os meios de comuncação têm, especialmente a televisão.
E nesta semana o programa CQC abordou o assunto dos "mamaços" programados em alguns estados do país em reação à coibição de mães amamentando em espaços públicos.
Quando assisti ao trecho do programa pelo Facebook, não gostei. E agora, distanciada da "poeira" levantada pelo ocorrido e suas repercussões, tenho o seguinte a dizer:
1. Que pena que está chovendo no Rio. O mamaço programado para o Parque Lage esta manhã foi suspenso. Eu iria prestigiar;
2. Mamaços são já tradicionalmente realizados em alguns países (que eu saiba especialmente nos EUA), em reação a coibições de amamentação em público.
3. A aceitação ou não do aleitamento em espaços públicos tende a variar em diferentes culturas, como em post publicado neste blog, tempos atrás.
Então o que me preocupa é que os críticos desses eventos estão muito distantes da realidade que move as pessoas a promover tais manifestações. E quando eles conduzem o tema à mídia, disseminam esse desconhecimento em um veículo que detém a credibilidade de muita gente. Ao invés de informação, o que se transmite é o contrário.
Trocando em miúdos, a credencial de jornalismo é obrigatória para profissionais que trabalham em televisão. E, pelo que sei por já ter trabalhado neste setor, o que mais caracteriza esta profissão é a investigação de todos os lados da notícia antes de levá-la a público. Tudo bem que "todos os lados" é um lance bem utópico, mas no caso da amamentação x leites artificiais e mamadeiras, é muito claro que existe uma clara colisão de princípios entre o saber científico que defende o primeiro fator (OMS) e a postura de quem promove o último (indústria de substitutos do leito humano).
Aparece logo na primeira página dos sites de busca essa oposição.
Se todos -jornalistas, designers, consumidores etc. - nos colocarmos atentos a isso, as matérias de TV divulgarão os problemas da alimentação artificial, serão colocados no mercado produtos que incentivem o aleitamento e ofereçam alternativa segura para os casos em que a amamentação não for possível, as famílias terão plena consciência sobre aquilo que seus filhos ingerem como alimento.
Este dia há de chegar (se o perseguirmos).
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