sexta-feira, 10 de junho de 2011

BPA Free: uma "certificação" paliativa para as mamadeiras



Esta semana recebi de uma amiga que mora na França, artigo que noticiava a decisão da União Européia pela proibição da produção e importação, a partir deste junho, de mamadeiras confeccionadas em plásticos capazes de liberar o Bisfhenol A (polímero liberado por alguns plásticos, como o policarbonato, quando em contato com detergentes ou líquidos aquecidos, cujos males à saúde foram comprovados em testes com animais) sob o título Le Bisphènol A dans les biberons, c'est fini. O Canadá já havia tomado a mesma medida em 2009.

Há uns dois ou três anos, os fabricantes de mamadeiras produzidas em outros plásticos utilizam o slogan promocional BPA Free como se este fato garantisse a segurança de seus produtos.

Por todos os motivos já colocados aqui - além de muitos outros - a mamadeira e os leites artificiais em si não são seguros. Então, essa certificação resulta paliativa. E vazia.

Em maio de 2009, a IBFAN  (International Baby Food Action Network) noticiou que todos os países europeus, com exceção de Noruega e Luxemburgo, desceram de categoria na escala que mede o nível de esforços governamentais para proteger a amamentação, falhando em cumprir as exigências mínimas estabelecidas pelo Código Internacional para Comercialização de Substitutos do Leite Materno (http://www.waba.org.my/).

Vale dizer que em 2008 o governo inglês propôs à Universidade Britânica de Artes e Design o concurso Get Britain Breastfeeding, cujo objetivo era "difundir a ideia de que a amamentação deve se tornar uma regra e não uma exceção" num país onde menos de 2% das mães amamentavam seus filhos exclusivamente até os seis meses, apesar das políticas de saúde governamentais e da orientação da OMS. (http://www.bbc.co.uk/).

Ou seja, está difícil vencer o poder do mercado.

O discurso da indústria por tradição convence o consumidor.

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