sábado, 23 de abril de 2011

Modelo 8: Second Nature - Estados Unidos





[A mamadeira Second Nature] tem tecnologia Flow Control, baseada em uma membrana que contém vários microfuros. Quando o bico não está sendo utilizado, os microfuros permanecem fechados, evitando vazamentos e respingos. Eles estão localizados em uma membrana flexível e vão se abrindo conforme a sucção efetuada pelo bebê (quanto maior a sucção, maior a pressão exercida sobre a membrana e maior o fluxo de líquido, permitindo que o próprio bebê o controle)[1].

Crítica/DesignO projeto dedicou atenção à questão do fluxo de leite, chegando a solução possivelmente eficiente em termos mecânicos. O problema está em que o sistema de microfuros constitui, mais uma vez, atmosfera ideal para o surgimento de colônias de bactérias quando de uma limpeza falha. Para evitá-la, o produto vem acompanhado de sofisticada escova de limpeza (com esponjas na ponta) e de instruções detalhadas, auxiliadas por esquemas gráficos. O nome do produto sugere que ele é uma opção natural para as mães e para o bebê. Seu corpo é em policarbonato (BPA), tampa e rosca em polipropileno. A boca é larga para facilitar a higienização.
Observação importanteA mamadeira, lançada na Europa e nos EUA em 2004, exigiu “anos de pesquisas e investimentos nos EUA”. Chegou ao Brasil no ano seguinte e está em conformidade com a NBR 13793 (Norma Brasileira para Comercialização de Mamadeiras, Bicos e Chupetas) e com as normas americana e europeia. Mas cabe salientar o quão problemático é certificar um produto que contraria o paradigma em vigor, pois as informações divulgadas somadas ao selo do Inmetro na embalagem soam como garantia de qualidade e segurança para o consumidor.
Vale observar que no Brasil nós nos acostumamos a confiar em produtos certificados pelo Inmetro, pois o selo significa para nós que o controle de qualidade foi realizado. Mas, de modo geral, foram constatados usos irregulares do selo em vários produtos, seja por falsificação da marca ou por imprecisão na comunicação do que está efetivamente certificado, exigindo esforço adicional de fiscalização:

Em muitos casos, a logomarca do instituto vem sendo usada de forma a induzir o consumidor a supor que o material à venda é certificado, quando apenas a tomada do eletrodoméstico, por exemplo, passou pela análise da entidade.[2]

Especificamente sobre as mamadeiras, embora a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Mamadeiras, Bicos e Chupetas – NBCAL seja o instrumento de controle da produção industrial derivativo do Código Internacional, as mamadeiras existem, são aqui produzidas e/ou distribuídas e certificadas com o selo do Inmetro — e este, como já foi dito, confere confiabilidade aos produtos. Frases obrigatórias como “O Ministério da Saúde adverte: a criança que mama no peito não necessita de mamadeira, bico ou chupeta. O uso de mamadeira, bico ou chupeta prejudica a amamentação e seu uso prolongado, prejudica a dentição e a fala da criança”, exigidas pela lei, figuram nas embalagens sem superar a força dos outros elementos gráficos e textuais.



[1] Disponível em www.secondnature.com.br. Acesso em agosto de 2009.
[2] Selos que não garantem qualidade. O Globo. Rio de Janeiro, Infoglobo S/A, 26 de março de 2008, pg 34.

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