segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Amamentação na Bienal de Veneza

 


A tela AMAMENTAÇÃO, do finado artista Jaider Esbell, é uma das obras que representarão o Brasil na Bienal de Veneza, a partir de abril.

O tema da mostra internacional é "The milk of dreams", abrindo espaço para obras que tratem da conexão entre o ser humano, o meio ambiente e a tecnologia.

Jaider Esbell é um artista macuxi, nascido em Roraima. Ele foi o idealizador do movimento da Arte Indígena Contemporânea, que ganhou destaque na Bienal de São Paulo, em 2021 (mesmo ano de sua morte).

No blog o espaço é muito pequeno pra mostrar a riqueza desta imagem, então sugiro que cliquem aqui e novamente sobre a imagem que aparece no link para visualizar melhor a obra. Ela é um misto de carta celeste, registro ancestral e ilustração científica (daquelas que costumamos encontrar nos livros que explicam o processo da amamentação). Com as cores, um efeito óptico de movimento faz vibrar as formas. O quadro é grande, dois metros de largura, e imagino que apreciá-lo ao vivo intensifique a sensação visual.

Esse fato me fez lembrar da conversa que o público do Museu do Índio, no RJ, teve com um representante do povo indígena do nordeste do país há anos atras. Eu lhe perguntei o que era dado aos bebês quando havia algum obstáculo na amamentação e sobre como seu povo interpretava os seios caídos das mulheres com muitos filhos.

Para a primeira indagação, ele respondeu: pasta de mandioca, oferecida em uma cuia; para a segunda, explicou: seios assim representam grande beleza, a beleza de mulheres que alimentaram seus filhos.



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