domingo, 2 de novembro de 2014
Criei coragem... e fui!
Viajar, pra mim, é tudo.
De uns tempos pra cá, tem sido possível conhecer aqueles lugares que existem, simultaneamente àquilo que podemos enxergar em nossas rotinas.
Estive em Berlim.
Céus, que coisa impressionante é aquela cidade..., onde deparamos com os extremos que caracterizam a humanidade: o que há de mais torpe e louco, e bárbaro, e também o que há de sublime, de arte, de capacidade de reconstrução, de convivência com a dura realidade.
Eu sabia de antemão que quando chegasse lá, eu iria me render. Não deu outra.
Sou designer. Minhas referências estão na Alemanha, na Bauhaus, na Escola de Ulm. E como aluna da ESDI sempre valorizei muito tudo isso, compreendendo que nenhum colonialismo cultural abafa o que somos, mas que essas fontes nos são caríssimas.
Bom, por via das dúvidas, como sempre faço, carregava um exemplar do meu livro "Amamentação e o desdesign da mamadeira" na mala. Vai que...
Numa noite, despertei de madrugada e pensei: atenção! vou no Bauhaus Archive amanhã! Meu livro! Será?
Não por vaidade, mas por senso de oportunidade, pensei: o que fiz foi referendar, como designer, a grande causa da denúncia do quanto as mamadeiras fazem mal aos bebês. Estou em Berlim. Respiro fundo, tampo o nariz, crio coragem e doo um exemplar da minha pesquisa pra biblioteca da Bauhaus.
O dia amanheceu e eu prossegui determinada. Ao chegar lá, o rapaz da Bauhaus Shop achou a ideia ótima, e ainda me disse que a secretária da biblioteca era brasileira \o/
Eu procurei por Sulaine Herbig, uma mineira de Araraquara que tem a maior pinta de alemã, e contei do meu intento.
Deixei o livro em suas mãos. Fui muito bem recebida.
Quem sabe, algum dia, alguém por lá o folheie...
Esse trabalho é mesmo assim, devagarinho, deformiguinha, porque a causa é forte.
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