Na última segunda-feira, dia 6 de outubro, o caderno Economia de O Globo estampava em sua capa, sob o título geral "Mudança de hábito", a matéria "Mais renda, mais fralda descartável", de Glauce Cavalcanti e Letícia Lins. Como subtítulo, a frase: Brasil já é o terceiro maior consumidor do planeta. Em cinco anos, mercado cresce 70%. Na imagem, uma mãe que criou a primeira filha com fralda de pano e hoje, satisfeita, relata gastar até R$ 150,00 em fraldas descartáveis para a caçula. http://oglobo.globo.com/economia/com-aumento-da-renda-brasil-ja-o-terceiro-maior-consumidor-de-fralda-descartavel-do-mundo-14151637
O texto da matéria é tão, mas tão auspicioso que se revela perturbador, exemplo de como a confiança que depositamos nos meios de comunicação pode tornar inativa e dispensável nossa capacidade de discernir, de refletir sobre a questão tratada como um todo. E, até onde eu sei, o jornalismo tem por princípio apresentar as várias facetas do assunto que se propõe a noticiar, para que a imparcialidade dê o tom. Mas sabemos, há muito tempo, que existem "matérias compradas", e talvez seja esse o caso...
Num dos primeiros parágrafos, a frase em referência à mãe da foto: "Edicarmen é exemplo do processo de sofisticação do consumo no país".
É fato que a fralda descartável trouxe praticidade para as famílias, mas é fato também que o lixo gerado pelo seu uso é simplesmente apagado, ignorado, afastado dessa matéria que comemora o aumento da produção e consumo desse produto.
Não repetirei aqui os dados que podem ser conferidos no link acima. O que vou fazer é acrescentar aos números auspiciosos colocados em destaque, alguns outros números, nos mesmos termos, aos quais conseguimos chegar com facilidade e que nos proporcionam uma visualização no mínimo perturbadora.
Na matéria:
US$ 2,4 bilhões
Foi quanto movimentou o mercado de fraldas descartáveis no Brasil no ano passado
13,6%
Foi o percentual de aumento do consumo só no Nordeste.
29% de expansão
Foi quanto cresceu o total de vendas em 2013.
Na nossa conta:
2.555 fraldas
É o quanto um bebê, em seu primeiro ano de vida, e gastando 7 fraldas descartáveis por dia, utiliza durante um ano.
4.015 fraldas
É o quanto será totalizado ao final do seu segundo aniversário, considerando-se que após completar um ano de vida, a criança passará a gastar quatro fraldas por dia (o que é menos do que se gasta).
4380 fraldas
É o quanto terá sido consumido ao final de três anos, já que o conforto é tanto que vale prosseguir reservando ao menos uma fralda por dia, para a criança dormir e em eventuais passeios.
Número incontável
É a quantidade de fraldas descartadas nos aterros sanitários desde que elas começaram a ser consumidas pelas famílias (que até então sempre se viraram com a fralda de pano e hoje tendem a não mais sequer considerar o seu retorno), lembrando que o número aí de cima diz respeito a UM bebê (que se for menina consumirá no futuro 10 absorventes higiênicos por mês durante os quarenta anos de seu período fértil e, meninos e meninas, se viverem muitos anos, consumirão também fraldas descartáveis quando ficarem velhinhos). E tem propaganda de absorvente pra ser usado todos os dias...
Não se pode negar que as fraldas descartáveis trouxeram inovações que realmente facilitam a vida das pessoas e o conforto dos bebês. Mas tais inovações já migraram para projetos muito interessantes de fraldas de pano, como a produzida pela Morada da Floresta. Vale conferir, assistir aos vídeos e constatar que existe, sim, uma saída para a questão http://fraldasecologicas.art.br/
Na primeira imagem, os atributos de uma fralda descartável. Na segunda imagem, esses mesmos atributos absorvidos por um projeto antenado e inteligente de fralda de pano.
ResponderExcluirOlá CRISTINE,
Sei que você já é minha seguidora em um dos meus blogues, o que sempre me honrou muito.
Agora,convido para que você decida se não quer acompanhar-me nos outros.
E quanto a sua postagem ,Cristine ,graças a Deus eu não sou mãe, pois, já é tão difícil vocês os parirem, alimentarem, educá-los e ainda vem estes tsumamis de sim ou não, deve ou não deve...
Deve ser terrível realmente ser mãe, numa sociedade que a maioria dos problemas levantados estão sempre relacionados a consumo, consumo, consumo e mão Cristine eu não sou mais tive uma e seu sinônimo sempre foi amor!
Aliás, palmada pode ou não pode? Durante algum tempo acompanhei depois me perdi...
Muito boa sua postagem.
Mãe decidam mais esta.
Cristine,meus outros blogues são:
FALANDO SÉRIO.
http://ptamburro.blogspot.com.br/
FRAGMENTOS DO ACASO
http://paulotamburrosexo.blogspot.com.br
E como ninguém é de ferro venha ser o seguidor número 2 336 do nosso blog de humor:
HUMOR EM TEXTOS
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http://tamburrofotofalada.blogspot.com.br/
COMO ERA FÁCIL FAZER SEXO
http://adoraonoturnafeminina.blogspot.com.br/
Um abração carioca.
Obrigada por seus comentários, Paulo. Assim que tiver uma chance, visitarei os links. Tudo de bom.
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