sábado, 16 de novembro de 2013

Tanta coisa....

Muita coisa pra contar, pra comentar e mostrar desses tantos dias em que estive fora, viajando ora de férias, ora a trabalho.

Mas como prossigo com problema para postar fotos, vou aqui me concentrar em comentar os últimos fatos de que tomei conhecimento sobre esse nosso assunto: a censura à mãe que amamentava seu filho no shopping de Porto Alegre, a ridicularização à que foi exposta a brasileira campeã em doação de leite materno, o programa inglês de dar uma bolsa-incentivo (grana) às mulheres que amamentarem em público http://www.aleitamento.com/amamentacao/conteudo.asp?cod=1859.

Na verdade, devo confessar que nesses dias, à frente dos meus pensamentos, está a tragédia incomensurável das Filipinas. Tudo o que vejo, ouço, leio, usa adjetivos como "horror", pessoas a esmo perambulando entre destroços, e só consigo tentar imaginar algo perto do que esteja se passando por lá quando me lembro do filme "Ensaio sobre a cegueira", de Fernando Meirelles, sobre a obra de Saramago. Mas sei que o caso deve estar muito, muito pior.... E como toda a situação não está na nossa frente, podemos não ficar paralisados e, assim, seguir com a vida. O que não deixa de ser uma espécie de cegueira: boa pelo lado de podermos seguir; ruim pelo lado de podermos nos isentar.

Eu acho que cegueira tem tudo a ver com os tais últimos fatos que citei antes de falar das Filipinas. Só que com outro nome: falta de informação. Não saber pode ter tudo a ver com estar cego, não ver uma coisa que está lá e, sem vê-la, considerar que a verdade reside naquilo que encobre essa coisa.

As pessoas não sabem o que é o leite materno. Tenho certeza de que, se soubessem, e se soubessem paralelamente dos problemas dos leites artificiais e das mamadeiras, não censurariam uma mãe que amamenta seu filho num shopping ou em qualquer outro lugar. E não ridicularizariam uma mulher que, quase milagrosamente, tem uma produção de leite materno farta, que a capacita a doá-lo em quantidades recordes para os bancos de leite. E não precisariam receber dinheiro de programas governamentais pra dar de mamar aos seus filhos, porque estariam fazendo isso pelo bem deles e de si próprias, na frente de quem quer que fosse, e em qualquer lugar também.

A informação, eu acho, substituiria com perfeição a proibição das mamadeiras e dos leites artificiais na Venezuela (porque proibir gera mercado negro e é coerção!) e esse programa inglês.

Cegueira sim, estamos cegados pelos discursos da indústria, das empresas que conseguem nos enganar há tantos anos, dizendo que seus produtos são melhores do que as nossas capacidades mais naturais, as que nos fazem sermos humanos.

Ontem no Facebook eu vi uma conversa que discutia o fato de que as mamadeiras ficavam também perigosas porque as empregadas domésticas e babás não as lavariam com todo o esmero necessário. E na discussão, muita gente se posicionou demonstrando saber muito bem que o problema não está em quem lava e em como lava, mas sim no fato de que a mamadeira é perigosa de qualquer jeito.

Daí, o que me dá alguma esperança é constatar que cada vez mais se fala sobre esse assunto, e que reações de esclarecimento vêm ocorrendo, como os "mamaços" e como o debate.

Isso é importante, bom. Muita gente já tirou a venda da frente dos olhos e o assunto está em pauta.






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