sábado, 8 de junho de 2013

Finlãndia: um exemplo!


Neste 4 de junho, a BBC News Magazine publicou um artigo contando que, na Finlândia, há 75 anos, o Estado presenteia as famílias que terão bebês com uma caixa de papelão recheada de presentes. A caixa vem com um colchãozinho ao fundo e poderá servir de berço para as crianças (muitas famílias não têm condições financeiras para compra-lo) nos primeiros tempos.


E ela vem recheada com o enxoval da criança. Acreditem e vejam:


Há de tudo, inclusive um super-macacão bem quentinho, já que o país é muito frio.

Encantador, maravilhoso, sensacional ... e muito mais do que isso, pois esta tradição finlandesa responde às mudanças de paradigma, orientando carinhosamente a população a acatar tanto as descobertas da ciência e da medicina e também da indústria, quanto a renegar as inovações propostas por esta última a cada vez que isso se mostrar necessário.

Desde 1949, as caixas são enviadas apenas às mães que realizam o exame pré-natal. Como todas devem querer recebe-la, resolve-se assim a questão do acompanhamento de sua gestação;

Desde 1957, ao invés de enviar tecidos e linhas para a confecção do enxoval, a caixa vem com roupas prontas;

Em 1969, as fraldas descartáveis foram introduzidas mas ...

Desde 2006 (antes tarde do que nunca), essas fraldas foram retiradas para a reintrodução das fraldas de pano, já que elas não são respeitosas ao meio ambiente;

E desde 2006, também, mamadeiras e chupetas foram retiradas do pacote com a finalidade de incentivar o aleitamento materno.

:o)

Isso é de uma inteligência, de uma perspicácia, de um carinho e cuidado impressionantes....

Uma caixa que evolui em termos científicos, comportamentais e estéticos. Isso é um programa político. É essa a política que sempre me interessou e na qual sempre acreditei. Que alegria constatar respeito, delicadeza e compromisso em uma ação estatal, convertida em um presente, um auxílio às famílias.

Quando vejo coisas assim, penso: é possível.

Me revolto com a realidade que conhecemos, tão sem esperança, mas sou incentivada a seguir.

Sempre.

Muito obrigada, Gabriela Romero, por me enviar o artigo. Estamos em rede.

2 comentários:

  1. E isso é um direito de todas as mulheres nesse país, no sentido de promover a inclusão e a igualdade. Aqui no Brasil, se existe um programa de transferência de renda, todos criticam e dizem se tratar de esmola, etc...Se esse kit fosse distribuído aqui, logo choveria críticas do tipo "Pra que fez o bebê? "..."Fazer é fácil, depois nossos impostos são usados para comprar enxoval"...coisas assim. Só é bonito quando vem de fora.

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  2. Eu discordo, Fernanda. Acho que um programa assim poderia se muito bem visto até. Críticos sempre existem, mas o bem que a iniciativa proporcionaria às famílias seria real. Agora, o bacana é isso: ser uma tradição.

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