domingo, 17 de agosto de 2014

Jogo dos sete erros



O ano?
1989

O que é?
Um cartaz que fiz pra orientar as avós de minha filha quanto à rotina do bebê enquanto eu estivesse trabalhando (na época eu fazia o design gráfico do livro "Itaipu Hydroelectric Project", na sede da Itaipu Binacional do Rio, batendo ponto e o escambau).

Como foi recebido?
Mal recebido, pois as avós diziam não ser absolutamente necessário qualquer tipo de orientação, já que "dominavam o riscado".

Quantos meses tinha Adélia?
Quatro meses. Eu voltava a trabalhar depois da licença maternidade.

Então, vamos aos erros?
1) Suco de laranja lima (o leite materno tem tudo o que o bebê necessita, não é preciso nem dar água quando a amamentação é exclusiva e sob demanda);
2) A primeira mamadeira, logo após o banho (eu poderia ter ordenhado meu leite para ser dado ao bebê num copo);
3) As gotas de vitamina, depois da mamadeira (isso é medicalização. O leite materno tem tudo de que o bebê necessita);
4) A maçã raspada (idem erro 1);
5) A outra mamadeira (idem item 2);
6) As outras gotas de vitamina (idem item 3);
7) A minha ignorância.

E acertos? Tem acertos? Felizmente tem um: eu voltava do trabalho, do Centro para a Fonte da Saudade, na hora do almoço. Amamentava minha filha e retornava ao Centro. Assim meu leite não secou e pude seguir com o aleitamento até os 11 meses e meio de Adélia.

O que aconteceu, de verdade?
Ela não aceitava a mamadeira. Chorava, gritava, esperneava. Todo dia, ao chegar em casa, descia do ônibus e avistava - ao longe- aquela dupla avó-neta na entrada do meu prédio.

Seria lindo e romântico se essa história terminasse assim, né? Mas não termina...

As avós, depois de um tempinho, foram substituídas por babás, que não tinham nem um vigésimo da paciência. Tanto se fez que o bebê aceitou a mamadeira. Mas vomitava tudo, principalmente à noite, logo depois de beber.

Médicos, refluxo? Céus, o que há de errado?

Ignorância mesmo. Eu tinha leite de sobra. O copinho solucionaria todo o problema...

Efeitos?, consequências?
Asma (tudo bem que a responsabilidade sobre isso pode não ser exclusiva da mamadeira e do leite em pó, mas eles ajudaram) e aparelho ortodôntico na adolescência.

Algo me tranquiliza?
Sim. Minha filha tem 25 anos e está devidamente informada para não repetir os meus erros.


4 comentários:

  1. Que coragem o seu texto minha amiga...
    Com certeza, Adélia será uam mãe das boas!

    O traço, lindo
    Você é um talento!!!

    Beijo,

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    1. Obrigada, Simone!
      Nesse aspecto fui uma mãe "sorvete-na-testa"... vou te contar...

      Sorvete-na-testa NuncaMais!

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  2. Cristine, sou contra a mamadeira e já decidi que não vou dá-la ao meu bebê. Continuo resistindo bravamente às pressões familiares. Como meu bebê mamou bem no peito até os 9 meses, quando largou espontaneamente, não acho que ele precise agora de uma mamadeira. Porém, não encontro no mercado copo grande (300 ml) onde se possa colocar bebida quente. Acabo usando 2 da NUK (150 ml) em sequência, mas às vezes ele dispersa. Comprei o da Avent (340 ml) para bebês de 1 ano e meio. Ele consegue sugar bem (estava então com 9 meses), mas fica mais interessado em abrir e fechar a tampa, que é presa ao copo e acaba não mamando. Estou meio perdida, pq não quero usar a mamadeira, mas não acho substituto adequado. Assim fica difícil argumentar contra a mamadeira para a minha sogra que fica com o bebê o dia inteiro, quando não consigo arrumar um copo que facilite a vida dela. Ele pegou o copinho super bem, para água, suco e leite. Não faz sentido regredir oferecendo e ele a mamadeira.

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    1. Compre um copo de geléia de mocotó. É o recurso utilizado no Banco de leite do Instituto Fernandes Figueira. Dá super certo, eu já assisti. Boa sorte e parabéns!

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