Recebi de uma leitora anônima o seguinte comentário:
Cada criança e cada mãe apresentam suas próprias dificuldades que às vezes são muito bem superadas com a ajuda das mamadeiras, possibilitando inclusive manter no peito por mais tempo, ao mesmo tempo com uso de mamadeiras. Opiniões radicais são um desserviço a tantas mães que se sentem culpadas quando não conseguem amamentar, e dar copinho não é tão simples e fácil assim. Aleitamento materno sem dúvida é o melhor, mas trabalhando de perto com isso e sendo mãe sei que a mamadeira não é um bicho de sete cabeças.
Em resposta, devo esclarecer os seguintes pontos:
- o que escrevo aqui é fruto de uma pesquisa de doutorado desenvolvida por quatro anos sob a orientação de pessoas das áreas do design, da saúde, das relações internacionais e das ciências sociais;
- as informações levantadas estão disponíveis na internet, na literatura especializada e na prática de profissionais da saúde;
- é a Organização Mundial da Saúde que aponta para os graves problemas provocados pela mamadeira, e ela já o faz há quase 40 anos, embora a cultura da mamadeira resista bravamente às suas diretrizes, tal o poder exercido pelas indústrias e pela cultura do consumo sobre as pessoas;
- o que se defende aqui é que alimentar bebês com o copinho é mais seguro (e não mais fácil).
Portanto, o conteúdo deste blog deve ser mais explorado pela leitora, pois ele se estrutura sobre conhecimentos científicos e disponibiliza vários links para consulta que conduzem diretamente às fontes oficiais da informação.
É fato que os problemas provocados pela mamadeira surpreendem a todos. Foi assim comigo também. Mas decidi me inspirar nos versos de Taiguara, que na música "Piano e viola" dizia:
Sorriso bom, só de dentro
(...) pra ser feliz por mentira,
Melhor que eu chore com fé
Antes ver a mamadeira sob uma visão crítica do que se acomodar com sua aura de produto insuspeito.
Mamadeira causa confusão de bico e provoca/facilita o desmame. Mais ainda, a introdução de leite artificial e mamadeira foi responsável por milhares de mortes de crianças em todo o mundo, o que já era comprovado desde a década de 70, com a publicação de "The Baby Killer", livro traduzido e publicado no Brasil por iniciativa de um Grande Homem, o Prof. Fernando Figueira, fundador do IMIP em Recife, Pernambuco: http://www.babymilkaction.org/pdfs/babykiller.pdf
ResponderExcluirDefinitivamente, não dá para dormir com esse barulho. Parabéns à autora por mais esta contribuição à comunidade científica desconstruindo conceitos que nos foram inculcados por décadas pelas indústrias de laticínios.
Melania, mãe de André (19 anos) e Joaquim (15 meses), mamífera militante e médica-obstetra que se sente orgulhosa quando é chamada de "radical". Radical que vem de "raiz", daquele que vai fundo às coisas.
Olá, Cristine!
ResponderExcluirSou Liliana, Mãe, Dentista, e trabalho numa Maternidade Pública que sempre ganha o Prêmio de Hospital Amigo da Criança, que é o Hospital que faz incentivo ao aleitamento materno exclusivo!
Posso dizer, como dentista, que a mamadeira (mais ainda o seu uso prolongado)causa deformidade orofacial, flacidez muscular, mau posicionamento dentário, pois a pega do bebê no bico NUNCA é igual à pega do PEITO, que é a correta.
A musculatura facial fica hipotônica, pois a força que o bebê deve fazer para sugar o leite do peito é muito maior, fazendo com que ele obrigatoriamente faça exercício muscular.
Já a mamadeira facilita a sucção, pois o orifício é muito maior (comparado ao seio), mesmo o de menor tamanho - isso sem contar que há mães que fazem um furo maior no bico, na intenção de "ajudar" o bebê a mamar...
Parabéns por suas pesquisas!
Que se quebre essa cultura no Brasil de que "mamadeira é chique"...
Um abraço,
Liliana
É valioso receber aqui a contribuição de pessoas que confirmam a veracidade deste imenso problema, Liliana. Obrigada.
ResponderExcluirÉ incrível, né: as pessoas estão "viajando" na mentalidade industrial de que os produtos são maravilhosos, e quando aparecem notícias sobre o que há por trás dessa falácia (notícias oficiais e fartas), uma venda para os próprios olhos logo é sacada e a informação científica é taxada de "viajandona".