domingo, 26 de dezembro de 2010

Então o que pode substituir a mamadeira?

Antes das indústrias de leites artificiais e mamadeiras chegarem aos países do chamado "Terceiro Mundo", em muitos deles recorria-se à xícara, copos e colheres para alimentar os bebês em caso de necessidade.

São formas simples, pertencentes ao universo de utensílios domésticos, fáceis de lavar, sem roscas, cantos em excesso.

Há algum tempo, pesquisadores e profissionais de saúde vêm recomendando o uso de copinho ao invés de mamadeiras para as ocasiões em que o aleitamento não for possível. O leite materno pode ser ordenhado e administrado ao bebê por seu intermédio. Assim o bebê irá dispor de um meio que permite a realização da sucção de foma muito semelhante ao que aconteceria no seio materno. Mas por quê?

Uma das primeiras coisas que um bebê sabe fazer ao nascer é sugar. A sucção é um movimento sofisticado que se dá entre a boca do bebê e o seio da mãe. A linguinha dele abraça o bico do seio e o comprime, em ritmo compatível com a respiração e desejo da criança.

Quando substituimos o seio pela mamadeira, esse movimento natural tem que se alterar: o bebê precisa elevar a língua ao céu da boca para comprimir o bico do produto, além de ter que se adaptar ao ritmo de vazão de líquido do objeto. Isso traz sérios problemas para a formação de sua arcada dentária, sua evolução respiratória.

Um dia uma enfermeira me chamou a atenção dizendo que toda vez que oferecemos uma chupeta a um bebê pelas primeiras vezes, ele tende a cuspi-la. Isso porque o instinto neurológico da sucção se constitui da projeção da língua para fora da boca e não em direção ao céu da boca.

Fiquei muito impressionada quando assisti à administração de leite por meio de copinho a um bebê prematuro no Instituto Fernandes Figueira. A enfermeira Beth Crivaro o fez com maestria, provando pra mim que não se trata de um bicho de sete cabeças: o bebê parecia um gatinho tomando leite no prato.

Daí separei esse vídeo, que mostra em close como o processo se dá:


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